Chegamos a um tema que pode ser o motor da verdadeira agilidade ou o maior catalisador de fragilidade em um time: autonomia!
No mundo ágil, o conceito de times autogerenciados se popularizou por um bom motivo: ele tem como pilar a autonomia, e não é difícil entender o porquê. Delegar decisões traz inúmeros benefícios: empoderamento e motivação do time, o surgimento de soluções inovadoras e, claro, um envolvimento genuíno na construção dessas soluções. Mas, na minha opinião, nada supera o ganho de tempo que a autonomia proporciona. Pense em quanto tempo se perde revisando ou mudando os rumos de uma decisão.
Agora, sejamos realistas: a teoria e linda, mas a execução pode ser bem caprichosa, né? Sou um grande defensor da autonomia progressiva. É tipo um treino: começamos com decisões compartilhadas, evoluímos para uma “liberdade supervisionada” e, com o tempo, atingimos o nível em que confiamos que, se a pessoa não se sentir confortável para decidir sozinha, ela pedirá ajuda. Esse caminho constrói confiança, tanto do gestor quanto do profissional.
O que acho realmente frágil? Ficar mudando de comportamento o tempo todo. Um dia você da autonomia, no outro tira. Isso deixa qualquer profissional mais perdido que cachorro em dia de mudança.
Nesse ponto da nossa reflexão, vamos entrar em um tema realmente polêmico: autonomia significa aceitar que decisões ruins vão acontecer. Sim, elas trarão problemas, mas é nesse momento que o comportamento ágil se destaca: o papel do líder ou do time e apoiar o profissional para que ele mesmo aprenda e corrija o erro. Aí alguém pode dizer: “Ah, mas isso toma tempo!” E eu respondo: ser ágil não é ser imediatista. Agilidade e pensar nos times como organismos vivos que se adaptam, evoluem e alcançam seu melhor desempenho com o tempo.
No fim das contas, comportamento ágil e criar através do exemplo um ambiente onde a agilidade acontece de forma natural, porque, convenhamos: uma andorinha só não faz verão, mas quando todo o bando voa junto, e verão o ano inteiro!
